sexta-feira, 20 de maio de 2011

A desvalorização da mulher

Recebi esse e-mail de um amigo e achei bem interessante para ser trabalhado nas aulas não só de Língua Portuguesa quanto de arte. Caso o professor queira também tem como trabalhar as músicas brasileiras como forma de apresentar aos alunos a Música Popular Brasileira (MPB). É fundamental que possamos mostrar aos alunos essa cultura que a cada dia está diminuindo se já não acabou rsrs.


A desvalorização da mulher
·         Década de 10:
O rapaz de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da janela dela, canta:
“Tão longe de mim distante, onde irá teu pensamento?
Quisera saber agora se esqueceste se esqueceste juramento.
Sabe se és constante, se ainda é meu teu pensamento minha’alma toda de fora,
De saudade
Agro tormento.”

·         Década de 20:
Ele de terno branco e chapéu de palha, embaixo do sobrado em que ela mora, canta:
“O linda imagem de mulher que me seduz!
Ah, se eu pudesse tu estarias num altar!
És a rainha dos meus sonhos, és a luz. És malandrinha, não precisas
Trabalhar.”

·         Década de 30:
Ele, de terno e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:
“Tu és divina e graciosa, estatua majestosa!
Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor, de mais altivo dolor, que
Na vida é a preferida pelo beija flor.”

·         Década de 40:
Ele ajeita seu relógio Philip na algibeira, escreve para a Radio Nacional e manda oferecer a ela linda música:
“ A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua, costuma e embriaga
Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade
Buscar.”

·         Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:
“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar
Moça do corpo dourado do sol de Ipanema
O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar...”

·         Década de 60:
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço, ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
“nem mesmo o céu , nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é
Maior que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar,
Como é grande o meu amor
Por você...”

·         Década de 70:
Ele chega em fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abra a porta para mina entrar e bota uma melo jóia no toca fitas:
“Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha para ficar.”

·         Década de 80:
Ele telefona para ela e deixa rolar um:
“ Fonte de mel nos olhos de gueixa, kabuqui, máscara
Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe
Do sol...”

·         Década de 90:
Ele liga para ela e deixa gravada uma música na secretaria eletrônica:
“ bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz.
Mas já não há caminhos para voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?”

·         Em 2001:
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela por e-mail:
“ Tchuchuca! Vem aqui com seu Tigrão
Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão! Vou sim, vou sim!
Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim!
Vou aparar ela rabiola! Vou sim! Vou sim!

·         Em 2002:
Ele para o chevetinho 81, rebaixado, e no mais alto volume solta o som:
“Vai Serginho, vai Serginho...
Vem minina num si ispanta, vô goza na tua garganta...”

·         Em 2005:
Ele vai num baile funk e pede para o Dj tocar:
“Só as cachorra, uh, uh,uh,uh
As preparada, uh,uh,uh,uh
As popozuda, uh,uh,uh,uh

ONDE FOI QUE NÓS ERRAMOS?

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